quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

“Suspeito detido por alegada agressão com arma de fogo a ciclistas italianos durante treino”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

No início desta semana, um episódio muito grave abalou Itália quando um grupo de ciclistas da equipa SC Padovani Polo Cherry Bank foi abordado por um carro na estrada, cujo condutor disparou dois tiros na direção dos atletas. O crime hediondo terá consequências, com um suspeito detido em ligação ao incidente.

O caso ocorreu durante um treino em Dolcè, tendo ficado registado em vídeo. Ninguém ficou ferido. Não é claro se os disparos visavam diretamente os ciclistas ou se foram tiros de aviso, mas vê-se os primeiros elementos do grupo a desviarem-se. O condutor fugiu de seguida a alta velocidade, e tudo indica que não foi um ato aleatório.

“De repente, um carro de cor escura aproximou-se dos ciclistas,” explicou a equipa em comunicado. “O condutor baixou o vidro e disparou dois tiros contra os atletas. Os corredores mal tiveram tempo de se baixar, em choque, e o veículo fugiu de imediato sem deixar rasto”. É um dos episódios mais marcantes de violência reportada contra ciclistas de nível elevado, ainda que, infelizmente, não seja caso único. Nenhum corredor sofreu quedas ou ferimentos.

A RMC Sport noticiou agora a detenção de um suspeito por alegada autoria do ataque. Trata-se de um homem, de 25 anos, motivado por ódio aos ciclistas, algo que já transparecia pelas ações relatadas no início da semana. O mesmo relato acrescenta, contudo, que poderão ter sido disparados blanks, uma vez que foi encontrada em sua casa uma arma municiada. É provável que se sigam processos legais e pena de prisão para o suspeito, embora, felizmente, nenhum ciclista tenha sofrido danos físicos na sequência da tentativa de agressão.

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“ANÁLISE | Três momentos inesquecíveis de Wout van Aert no ciclocrosse”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

No último dia 20 de dezembro, Wout van Aert abriu finalmente a sua temporada de ciclocrosse neste inverno. A ascensão do belga ao topo do ciclocrosse de elite foi rápida, contundente e decisiva, e no artigo de hoje recordamos três dos seus maiores momentos na lama numa carreira ilustre até à data.

Vencer três títulos consecutivos do Campeonato do Mundo colocou-o num grupo raro e definiu uma era da modalidade no final da década de 2010. Esses triunfos não chegaram em silêncio nem por defeito; cada um surgiu sob pressões distintas e contra um pelotão repleto de rivais que viriam a marcar uma geração. Olhando aos detalhes decisivos, estas três corridas continuam a ser os sinais mais claros do domínio de Van Aert e da sua capacidade de aparecer quando a pressão é máxima.

 

Primeiro título mundial

 

O primeiro desses momentos aconteceu em Heusden-Zolder, a 31.01.2016, quando Van Aert conquistou o seu primeiro título mundial de elite. A correr em casa, na Bélgica, o jovem de 21 anos carregava o peso da expectativa e a memória da desilusão do ano anterior.

A corrida desenrolou-se como um duelo tenso entre os nomes maiores da disciplina e o seu arquirrival Mathieu van der Poel, mas foi Van Aert a desferir o movimento decisivo. Atacou na última subida do antigo circuito de Fórmula 1, distanciou Lars van der Haar e seguiu isolado até à meta.

Para Van Aert, o significado ia além da camisola. No final, descreveu o momento com simplicidade, sem exageros: “Nada se compara a esta sensação. A derrota do ano passado fica agora esquecida”. Foi a sua primeira camisola arco-íris de elite e marcou o início do seu reinado no topo do ciclocrosse.

 

Defesa do título em Bieles

 

Doze meses depois, Van Aert regressou ao Campeonato do Mundo em circunstâncias bem diferentes. A prova de 2017, em Bieles, Luxemburgo, surgiu após um inverno complicado, no qual problemas no joelho condicionaram a preparação. Perdeu horas de treino e havia dúvidas reais sobre a capacidade de defender o título.

As condições foram brutais, com a lama a ditar o desfecho. Longe de se resguardar, Van Aert ficou mais forte à medida que a corrida avançava. Rivais furaram, quebraram ou perderam ritmo, enquanto ele foi subindo à frente. Nas voltas finais, era claramente o mais forte em prova, triunfando com autoridade e garantindo o segundo título consecutivo com mais de 40 segundos para Van der Poel

A sua reação sublinhou a incerteza da abordagem. “Não esperava mesmo isto… Estou tão feliz com o meu segundo título mundial”, reagiu. Admitiu ainda que o arranque não foi uma defesa linear da coroa, explicando que “depois, na segunda volta, encontrei o meu bom ritmo”.

 

Tricampeão em 2018

 

A terceira e mais enfática exibição de Van Aert em Campeonatos do Mundo chegou em Valkenburg, a 04.02.2018. Nessa altura, a narrativa já não era se podia voltar a ganhar, mas quão decisivamente conseguiria carimbar a autoridade na história. Estava verdadeiramente em ascensão face a Van der Poel nesta fase.

No traçado lamacento de Valkenburg, nos Países Baixos, Van Aert assinou uma demonstração sem ambiguidades. Dominou desde início, aumentando a pressão até deixar Mathieu van der Poel para trás no final da segunda volta. A partir daí, a corrida tornou-se uma longa gestão até à meta, com Van Aert a cortar a linha mais de dois minutos à frente do segundo classificado, que foi Michael Vanthourenhout nesse dia.

O próprio Van Aert enquadrou a corrida como o ponto alto da sua época. “Não esperava isto… Acho que foi uma das melhores corridas da minha vida em cima da bicicleta… Esperava uma grande batalha, mas isto foi ótimo, claro”, afirmou. Foi também claro sobre o significado do feito, acrescentando: “É o terceiro título mundial consecutivo para mim. Trabalhei muito para isto. Agora é tempo de aproveitar”.

Em conjunto, estas três corridas formam um retrato completo do pico de Van Aert no ciclocrosse de elite. A vitória de 2016 em Heusden-Zolder apresentou-o ao mundo e apagou a memória da derrota anterior. Bieles, em 2017, mostrou a capacidade de vencer apesar de contratempos físicos e preparação incerta. Valkenburg, em 2018, confirmou-o entre os poucos capazes de conquistar três Campeonatos do Mundo seguidos.

Desde então, é justo dizer que Mathieu van der Poel virou a mesa e levou a sua capacidade no cross a um nível nunca visto no ciclocrosse. Mas o único homem que tem conseguido desafiá-lo nos anos 2020 tem sido, certamente, Van Aert. Poderá voltar a fazê-lo neste inverno?

Cada triunfo acima mencionado vale por si, mas juntos definiram um período em que impôs o padrão no ciclocrosse de elite e redefiniu o que é domínio sustentado ao mais alto nível da modalidade.

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“Gee, Froome, Carhy, Ruben Guerreiro… - Os ciclistas profissionais que ainda não têm contrato para 2026”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

2026 começa dentro de uma semana e ainda há mais de 60 corredores de World Tour e Pro Team sem contrato para a próxima época. Entre eles surgem nomes sonantes, cujo futuro permanece incerto. Derek Gee, Chris Froome, Hugh Carthy e Oier Lazkano são alguns dos casos mais mediáticos nesta lista.

No World Tour há 30 corredores ainda sem contrato. As razões são diversas. Vários têm a reforma praticamente certa, possivelmente a maioria dos nomes aqui. Figuras como Hugh Carthy, Ruben Guerreiro e Michael Hepburn, ciclistas com muito sucesso no passado, não são apontados a nenhuma equipa e podem ver a carreira terminar antes do previsto.

Louis Barré, da Intermarché - Wanty, tem sido fortemente associado à Team Visma | Lease a Bike e treinou com a equipa em Espanha ao longo de dezembro, mas a sua contratação ainda não foi oficializada.

O mesmo se aplica a Derek Gee (não é World Tour, mas em situação semelhante), que terá viajado para Espanha para se juntar ao estágio da Lidl-Trek, algo que o CiclismoAtual não conseguiu confirmar no local.

Oier Lazkano, em teoria, também integra esta lista. O espanhol foi provisoriamente suspenso devido a anomalias no passaporte biológico, mas a verdade é que está livre para assinar e, embora improvável, pode vir a ser autorizado a competir no próximo ano.

Os britânicos Matthew Walls e Jack Rootkin-Gray constam desta lista, tal como especialistas de off-road como Sam Gaze (Alpecin-Deceuninck) e Gerben Kuypers (Intermarché - Wanty), que usaram a estrada para complementar os calendários de BTT e ciclocrosse. O atleta Red Bull Anton Palzer, da Red Bull - BORA - hansgrohe, também está sem contrato, após não corresponder ao potencial que a equipa alemã lhe atribuía.

No pelotão Pro Team há o caso óbvio de Chris Froome, no topo desta lista, que ainda não confirmou o fim de carreira, mas cujo anúncio parece iminente. O tetracampeão da Volta a França não tem rendido a alto nível há vários anos e o seu contrato com a Israel - Premier Tech terminou. Com lesões graves sofridas numa queda há meses, as hipóteses de continuar no pelotão profissional diminuíram.

Iván Sosa, da Equipo Kern Pharma, é uma relativa surpresa nesta lista, embora talvez justificada pelo diagnóstico de endofibrose em julho. Este verão foi terceiro na Mercan'Tour Classic, atrás de Cristián Rodríguez e José Felix Parra, mostrando que o talento de trepador permanece. Sprinters como Jon Aberasturi, Attilio Viviani, Daniel Babor, Davide Bomboi e Sasha Weemaes; e os Uno-X Mobility Amund Jansen e Magnus Kulset também continuam à procura de contrato.

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